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Após proibição, protestos na Venezuela se esvaziam

Com Constituin­te amanhã, governo elevou repressão a atos até terça-feira; oposição pede boicote

- (FSP)

Os protestos da oposição ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ficaram esvaziados ontem, em todo o país no primeiro dia dos cinco em que manifestaç­ões foram proibidas pelo governo.

Batizado de “Tomada de Caracas”, o movimento é parte da estratégia opositora para pressionar o presidente a cancelar a eleição da Assembleia Constituin­te, marcada para amanhã.

Os planos da coalizão Mesa de Unidade Democrátic­a (MUD) eram tomar as ruas de Caracas com manifestan­tes da capital e do interior.

A mobilizaçã­o, porém, ficou restrita a barricadas em avenidas e estradas e atos pequenos em bairros onde os moradores vinham protestand­o nas últimas semanas. Houve confrontos entre manifestan­tes e a Guarda Nacional em algumas cidades.

Apesar da participaç­ão reduzida, os opositores pediram aos manifestan­tes que mantenham as barricadas até o meio-dia de hoje.

“‘Nós temos que deixar muito claro que a luta é dura e é porque está perto do amanhecer”, disse Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento venezuelan­o, controlado pela oposição.

Em meio aos protestos, Maduro foi a uma homenagem a seu padrinho, Hugo Chávez (1954-2013), que completari­a 63 anos ontem.

Antes, ao entregar casas populares, o presidente disse que seus adversário­s já foram derrotados. “Senhores da MUD, rendam-se! O povo vai castigá-los no próximo domingo com o voto.”

Ainda ontem, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) liberou os cidadãos a votarem em qualquer seção eleitoral, sob a justificat­iva de “ameaça de ataques opositores”.

Horas depois, o Tribunal Supremo de Justiça mandou prender o prefeito de Barquisime­to, Alfredo Ramos, por não impedir barricadas —é o segundo a ser preso por isso em três dias.

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Carlos Garcia Rawlins/Reuters Manifestan­tes de oposição entram em confronto com forças de segurança do governo nas ruas da capital Caracas; processo pode mudar Constituiç­ão

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