Agora

A espera de Pedrinho

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Guilherme Arana nem estava no Corinthian­s no início do Campeonato Brasileiro de 2015. Emprestado ao Atlético-PR, onde não jogava, foi chamado de volta como mera medida de segurança no momento em que a diretoria resolveu se desfazer de Fábio Santos nos expurgos pós-Mundial.

Tite não tinha a menor disposição de botar em campo aquele garoto franzino de 18 anos. O dono da lateral esquerda passou a ser Uendel, que acabou se machucando. Quando isso ocorreu, o treinador chegou a apostar no lateral direito Edílson, que já não vinha bem na sua posição e teve desempenho ridículo improvisad­o na dos outros.

Sem Fábio Santos, sem Uendel e com Edílson, Tite foi obrigado a colocar Arana —como foi obrigado a pôr Malcom após a saída de Emerson, a lesão de Luciano e a conclusão de que Mendoza é péssimo. O moleque jogou muito, tornou-se peça importante na conquista do título e, dois anos depois, é um dos atletas mais valorizado­s da América do Sul.

O Bordeaux tentou leválo, mas propostas inferiores a 20 milhões de euros não serão nem ouvidas. De mais a mais, Arana não é jogador para Bordeaux. É jogador para Corinthian­s, Barcelona, Bayern, Juventus, Manchester United, seleção brasileira...

Qual seria seu estágio atual se ele não tivesse sido jogado aos leões em 2015? Agora, aos 20 anos, estaria provavelme­nte recebendo as primeiras oportunida­des na equipe, esporádica­s, em um processo gradual de “adaptação” e “fortalecim­ento”.

Só um ano de vida separa Arana de Pedrinho, outro canhoto franzino e claramente talentoso que surge no Corinthian­s. Será mesmo o caso de insistir em Giovannis, Marquinhos, Claytons e Claysons?

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