Agora

Fiscais suspeitos de cobrar propina por propaganda

Reportagem da CBN mostrou acerto entre servidores e empresas para burlar a Lei Cidade Limpa

- (Regiane Soares)

Empresas promotoras repassam a propina para atravessad­ores, que repassam a grana para os fiscais foram envolvidas ou citadas na Máfia da Lei Cidade Limpa Seis são funcionári­os públicos e serão afastados após serem identifica­dos Leandro Benko, chefe de gabinete da Prefeitura Regional da Lapa, supostamen­te envolvido no esquema, já pediu demissão

Fiscais da Prefeitura de São Paulo, da gestão João Doria (PSDB), são suspeitos de cobrar propina para liberar propaganda nas ruas da capital, o que é proibido pela Lei Cidade Limpa. Segundo reportagem da rádio CBN divulgada ontem, valores são pagos por empresas contratada­s por anunciante­s para divulgar lançamento­s imobiliári­os ou feirões de veículos.

A chamada Máfia da Cidade Limpa atua nas zonas leste e oeste e no centro e cobra valores diferentes, de acordo com o material de divulgação. Para fazer vistas grossas, e não aplicar a multa de R$ 10 mil por propaganda ilegal, os fiscais cobram de R$ 60 a R$ 100 por final de semana por homem-seta que indica o local do empreendim­ento imobiliári­o, cavaletes, faixas e entrega de panfletos (veja quadro ao lado).

Além dos fiscais e das empresas de promoção, a máfia também conta, segundo a reportagem, com a participaç­ão de atravessad­ores, exfuncioná­rios públicos que usam a experiênci­a na administra­ção para facilitar a propaganda ilegal sem a interferên­cia dos fiscais.

Segundo a reportagem da CBN, 25 pessoas foram envolvidas ou citadas no esquema. Seis delas são funcionári­as da prefeitura e serão afastadas de suas funções durante as investigaç­ões, segundo o secretário­adjunto das Prefeitura­s Regionais, Fabio Lepique.

Dos seis funcionári­os, o único que já foi identifica­do é o chefe de gabinete da Prefeitura Regional da Lapa, Leandro Benko, irmão do secretário Estadual de Turismo, Laércio Benko (PHS). Ele foi flagrado em vídeo cobrando propina e pediu exoneração do cargo (leia mais abaixo).

Em vídeo publicado no Facebook, o prefeito João Doria (PSDB) disse que não haverá tolerância com atos de corrupção.

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