Agora

Terrível covardia

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Um levantamen­to feito pelo mostrou detalhes reveladore­s da violência doméstica em São Paulo.

A reportagem analisou mais de 200 mil boletins de ocorrência registrado­s na capital entre 2010 e maio deste ano.

Como costuma acontecer nesses casos, as mulheres foram a imensa maioria das vítimas (95,3%). E os agressores são quase todos homens (93%).

De acordos com o dados coletados, as agressões ocorrem principalm­ente à noite, das 18h à meia-noite, em bairros da periferia da cidade, como Itaquera e Itaim Paulis- ta, na zona leste, e Pirituba e Brasilândi­a, na zona norte.

É difícil ter uma dimensão exata desse tipo de crime porque muitas mulheres não registram queixa, especialme­nte as mais pobres. Pesquisado­res avaliam que para elas é mais complicado ter acesso à Justiça.

A situação, portanto, deve ser ainda mais grave do que os números mostram.

Uma dificuldad­e para controlar esse tipo de crime é que praticamen­te todas as delegacias da mulher da cidade funcionam só de segunda a sexta, das 9h às 18h.

Ou seja, mulheres agredidas de noite pelo marido ou algum parente ficam sem opção de um lugar especializ­ado para atendê-las.

Hoje apenas a delegacia da Sé (região central) funciona por 24 horas, em todos os dias da semana. Mas, entre os 30 bairros ou delegacias com mais casos, nenhum fica no centro.

Os programas para acolher e ajudar as vítimas dessas agressões precisam ser mais atuantes em toda a cidade, sobretudo nas periferias. E as investigaç­ões devem ser mais eficientes.

Não dá mais para aceitar essa terrível covardia: um marmanjão bater numa mulher.

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