Moro aceita denúncia e Lula vira réu por sítio AAttiibbaaiiaa
É a sexta ação contra o ex-presidente, já condenado em uma; empreiteiras teriam reformado o local
O juiz Sergio Moro aceitou, ontem, mais uma ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez sobre o sítio de Atibaia (SP).
O petista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no sítio no interior de São Paulo. Segundo a acusação, o ex-presidente se beneficiou de R$ 1,02 milhão em benfeitorias na propriedade, que era frequentada por Lula e seus familiares. As reformas teriam sido pagas pelas empreiteiras Odebrecht e OAS.
Reportagem em janeiro de 2016 revelou que a Odebrecht realizou a maior parte das obras no local, gastando R$ 500 mil só em materiais.
Os valores usados nas reformas teriam vindo, segundo a denúncia do Ministério Público, de contratos das empreiteiras na Petrobras, e repassados como vantagem ilícita ao ex-presidente.
Na decisão que acatou a denúncia, Moro destaca que “não há qualquer registro de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha pago qualquer valor por essas reformas realizadas no sítio de Atibaia”.
Segundo o juiz, caberá ao ex-presidente demonstrar se arcou com alguma das despesas, com prova, o que poderia fazer “com facilidade” por transferências bancárias e outros documentos.
Para a Procuradoria, o sítio, que está em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, pertencia, na realidade, a Lula, e foi comprado em seu benefício.
Entre as provas mencionadas pelos procuradores, estão e-mails enviados a endereços do Instituto Lula que citam cardápios de almoço no sítio e viagens do petista a Atibaia. Um fala sobre uma jaguatirica ter comido marrecos do sítio, “em resposta à pergunta do presidente”.
Esta é a sexta ação contra Lula por suspeitas de corrupção, e a terceira com Moro. Ele já foi condenado em uma delas, pelo juiz, a nove anos e meio de prisão, no caso do tríplex do Guarujá (SP).
Resposta
O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que a denúncia é “esdrúxula” e seu recebimento é “mais um atentado ao Estado de Direito”.