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Mundo Maduro retorna rivais para cadeia

Em regime domiciliar, líderes da oposição foram levados pelo serviço de inteligênc­ia da Venezuela

- (Agências)

O serviço de inteligênc­ia da Venezuela levou de volta à cadeia na madrugada de ontem Leopoldo López e Antonio Ledezma, dirigentes da oposição ao presidente Nicolás Maduro e que cumpriam prisão domiciliar.

É a primeira medida do chavismo contra adversário­s desde a eleição da Assembleia Constituin­te. Antes da votação, no último domingo, Maduro ameaçou usar a Casa para punir os rivais pelos protestos contra o governo.

Em sentença divulgada horas depois da captura, o Tribunal Supremo de Justiça, dominado pelos governista­s, afirmou, com base em “fontes de inteligênc­ia”, que havia um plano para levar López e Ledezma para o exterior. Os juízes, porém, não apresentar­am provas.

Os advogados dos opositores negaram as alegações. Na decisão, o TSJ também considerou que os opositores violaram a determinaç­ão de que deveriam “abster-se de fazer proselitis­mo político”.

Ambos, de fato, romperam a regra. Além de votarem no plebiscito não oficial da oposição que rejeitou a Constituin­te, em 16 de julho, os dois fizeram diversos vídeos em apoio aos protestos e contra o governo chavista.

Ex-prefeito de Caracas, Ledezma, 62 anos, foi preso em fevereiro de 2015 e acusado por conspiraçã­o e associação criminosa por um suposto complô para derrubar Maduro —ele nunca foi condenado oficialmen­te.

Já López, 46 anos, foi condenado a 13 anos e nove meses de prisão por incitação à violência na onda de protestos antigovern­o em 2014. Detido desde fevereiro daquele ano, foi para domiciliar em 8 de julho.

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Fernando Llano - 9.jul.2017/AP O opositor Leopoldo López acena para apoiadores em sua casa, na capital Caracas, no último dia 8

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