Militares no Rio
Foi bem chocho o resultado da megaoperação militar do último sábado no Rio de Janeiro.
Juntaram-se uns 5.000 profissionais da segurança (3.600 das Forças Armadas) para fazer 24 prisões e apreender três pistolas, duas granadas, quatro rádios, 21 carros e uma motocicleta.
Fora isso, morreram dois supostos criminosos e um policial militar.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o saldo foi “razoável” e vai melhorar nos próximos meses. É bom que ninguém espere milagres.
Já faz muitos anos que os militares vêm sendo chamados a atuar no Estado em momentos delicados. Dois bons exemplos foram o policiamento na Copa do Mundo e na Olimpíada.
É claro que os crimes caem na presença de homens fardados. Mas esse efeito não dura muito. Depois das operações, os bandidos voltam.
Para combater de verdade o narcotráfico, é preciso um trabalho contínuo para impedir a entrada de armas e drogas no país. Não se faz isso com ações anunciadas pela TV.
O negócio dos militares não é patrulha- mento nem repressão a crimes comuns. Por isso, pode acontecer algum excesso de violência nas operações.
Outro perigo, ainda pior, é que alguns soldados e oficiais acabem se enturmando com os traficantes. Foi o que aconteceu com uma parte da polícia do Rio.
Infelizmente, a situação no Estado está tão feia que não tem outro jeito por enquanto: as Forças Armadas têm de ajudar na combate à bandidagem.
Resta torcer para que o governo tenha um plano claro. É preciso que essa atuação tenha começo, meio e fim.