Gás de cozinha custará R$ 100 até dezembro
Além dos reajustes da Petrobras, negociação coletiva da categoria vai pesar no valor do botijão de 13 quilos
O preço do botijão de gás de cozinha de 13 quilos poderá chegar a R$ 100 até o final do ano, segundo previsão do Sergás (sindicato dos revendedores de gás do Estado de São Paulo).
O valor estimado para este ano é reflexo da política de preços adotada pela Petrobras em junho, que reajusta mensalmente o preço do gás nas distribuidoras. Neste mês, por exemplo, a ANP (agência de petróleo) autorizou alta de 6,9%. “Setembro contribuirá ainda mais para esse aumento, já que o reajuste mensal coincidirá justamente com o dissídio da categoria, entre 7% e 8% ”, afirma Robson Carneiro dos Santos, presidente do Sergás.
A elevação da semana passada já pode ser sentida no bolso do consumidor da capital. Pesquisa feita pela reportagem do Agora em dez revendedores mostra que cinco deles subiram os preços. Os outros cinco optaram por não reajustar (veja ao lado). “O valor estava defasado na comparação com os demais combustíveis. Foi impossível segurá-lo”, afirma Santos.
Dependendo da região, a diferença no valor passa dos R$ 20. O produto mais em conta para entrega foi encontrado na Vila Nova (zona leste), por R$ 60, e o mais caro, na Bela Vista (centro), por R$ 82,90. “Ainda não reajustamos, mas teremos que aumentar o preço para não haver prejuízo”, diz um funcionário de uma revendedora localizada na região central.
Esse também é o caso de Marcelo Guimarães, dono de três lojas na zona leste. “Se aumentar o valor, os clientes vão acabar recorrendo ao mercado clandestino, que vende o produto bem abaixo da tabela”, afirma.
De acordo com o presidente do Sergás, até amanhã, todas as revendedoras já estarão com os preços novos.
Histórico
O sobe e desce do gás de cozinha faz parte da nova política de preços da Petro- bras que vai reajustar os preços do produto todo dia 5.
Em julho, por exemplo, a Petrobras reduziu o preço do gás de cozinha em 4,5% após ter aumentado o valor em 6,7% no mês anterior.
Segundo a empresa públi- ca, o preço final é formado pela média mensal dos preços do butano e do propano no mercado europeu, convertida em reais pela média diária das cotações de venda do dólar, mais uma margem de 5%.