Agora

Poupadores querem R$ 15 mil de uma vez

Acordo para pagar a revisão da poupança de planos econômicos das décadas de 80 e 90 está perto do fim

- (Leda Antunes)

Se o acordo for homologado no STF, as ações serão automatica­mente encerradas

O acordo sobre as ações que cobram as perdas nas cadernetas de poupança durante os planos econômicos dos anos 1980 e 1990 ainda não foi fechado, mas se aproxima da reta final.

A expectativ­a do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e da Febrapo (Frente Brasileira pelos Poupadores), que representa­m os consumidor­es, é que a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) apresente, ainda neste mês, uma proposta para pôr fim à discussão, que já leva quase 30 anos.

Os poupadores ainda estão definindo os pontos que levarão para a negociação. Uma das demandas deve ser o pagamento, em parcela única, para quem tem até R$ 15 mil para receber. “Vamos propor que quem tem até R$ 15 mil para receber receba de uma só vez”, diz o advogado Walter Moura.

Há um ponto que as associaçõe­s dizem ser inegociáve­l: elas não aceitarão que os efeitos do acordo sejam limitados aos seus associados.

“Todos devem receber: os filiados ao Idec, o que entraram com ação ordinária [individual], e os que executaram a sentença da ação coletiva do Idec, mesmo que não sejam associados”, diz ele.

Segundo Moura, os poupadores estão dispostos a negociar descontos e receber a revisão em prestações, no caso de valores maiores. Porém, defende que não haja parcelamen­tos muito longos, pois a maioria dos beneficiad­os tem mais de 80 anos e tem o direito de receber a grana em vida.

Uma reunião entre as partes deve ser convocada pela AGU (Advocacia-Geral da União), que está mediando a negociação, nas próximas semanas. Estimativa­s dos poupadores são de que os bancos irão pagar cerca de R$ 11 bilhões. A Febraban não comentou.

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