Herdeira de banco suíço quer doar a Lula
Se Luiz Inácio Lula da Silva é visto como o pai do Bolsa Família, ela quer ser a mãe do “Bolsa Lula”. Herdeira da família fundadora do banco Credit Suisse, Roberta Luchsinger, 32 anos, decidiu lançar um movimento de apoio financeiro ao ex-presidente, que teve quase R$ 10 milhões bloqueados por decisão do juiz Sergio Moro.
A neta do suíço Peter Paul Arnold Luchsinger fará uma doação pessoal ao petista de cerca de R$ 500 mil em dinheiro e objetos de valor.
“Com o bloqueio dos bens de Lula, Moro tenta inviabilizá-lo tanto na política quanto pessoalmente. Vou fazer uma doação para que o presidente possa usar conforme as necessidades dele”, diz.
Há um cheque de 28 mil francos suíços (R$ 91 mil), mesada que recebia do avô morto em julho, aos 92 anos.
“Foi o último cheque que recebi dele e vou repassar integralmente ao Lula. Agora, já podem dizer que ele tinha conta na Suíça, aquela que os procuradores da Lava Jato tanto procuraram e não acharam”, ironiza.
A bilionária também recheou uma mala com itens como um relógio Rolex (R$ 100 mil) e um anel de diamantes da Emar Batalha (R$ 145 mil), usado na revista “Vogue”. “Lula vai poder penhorar tudo”, sugere.
Na mala que será entregue pessoalmente nos próximos dias, em data que está sendo negociada com o ex-ministro Gilberto Carvalho, há ainda bolsa Chanel (R$ 32 mil), par de sandálias Louboutin (R$ 3.000) e vestido Dolce&Gabbana (R$ 30 mil).
“Poderão ser leiloados em um evento em benefício ao ex-presidente”, propõe.
Ela justifica a doação com críticas ao que qualifica de “excessos” e “seletividade” de Moro. “É indevido esse protagonismo político da Lava Jato, que fere o sistema de pesos e contrapesos entre os poderes da República”, diz.
Campanha
Roberta planeja candidatura a deputada estadual em 2018 pelo PCdoB. Ela se filiou ao se casar em 2009 com Protógenes Queiroz. Ex-deputado pelo partido, ele está em asilo político na Suíça para escapar da prisão por violação de sigilo no comando da Operação Satiagraha.
Divorciada há dois anos do ex-delegado, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, ela continua militando no PCdoB.