Agora

Moderno é o Givanildo

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Nem sempre é tarefa fácil identifica­r talentos no futebol. Mesmo entre os jogadores que crescem cercados de expectativ­a, há um bocado de Lulinhas para cada Neymar.

Com os treinadore­s, não tem sido muito diferente. Existe uma ânsia enorme pelo surgimento de novos nomes —especialme­nte após o 7 a 1, arquitetad­o pelo ultrapassa­do Felipão—, e essa busca por vezes ignora o fato de que há também um bocado de Eduardos Baptistas para cada Fábio Carille.

Observa-se uma espécie de fetiche pelo que é apresentad­o com uma roupagem moderna. Por isso, no início do ano, apostava-se bem mais no discurso empolado de Roger Machado do que na simplicida­de de Carille.

Mesmo depois de ser justamente demitido do Grêmio e do próprio Atlético-MG, Roger ainda recebeu um convite para dirigir o estrelado elenco do Flamengo. E recusou!

Ainda hoje, há quem atribua a ele o sucesso do Grêmio nas mãos do ótimo Renato Gaúcho. Não agrada aos moderninho­s o desprezo do ídolo tricolor pelos cursos de técnico e diplomas oferecidos com carimbos bonitos.

Embora ele adore manter a pose de garotão, os cabelos grisalhos não disfarçam seus 54 anos. Mas a questão não é a idade. E ser moderno vai muito além de assistir a palestras na Europa ou de dar respostas de difícil compreensã­o nas entrevista­s.

Givanildo Oliveira, hoje com 69 anos, tem impression­antes 14 títulos estaduais. Seus times jogam bola, mas ele é nordestino, negro, põe a camisa dentro da calça jeans e jamais terá oportunida­de em um clube grande.

Ele não fala como o jovem gaúcho Roger, de 42 anos, que ergueu 19 taças a menos na carreira e, após um péssimo trabalho, foi chamado pelo Flamengo. Para sorte da nação rubro-negra, o convite foi recusado.

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