Agora

Supervisor perdeu emprego há 1 ano

O cenário é um pouco melhor do que no ano passado, mas está longe de chegar a uma recuperaçã­o

- (Renato Fontes) (RF)

Embora os índices de emprego estejam mostrando sinais de recuperaçã­o, os trabalhado­res da Grande SP continuam sofrendo com o desemprego em alta.

Dados do Dieese (departamen­to de estatístic­as) mostram que a região fechou, entre janeiro e junho deste ano, 15 vagas por hora, ou 364 postos por dia.

Ao todo, são 66 mil vagas de trabalho encerradas, bem menos dos que as 184 mil fechadas no mesmo período de 2016, mas ainda distante de uma recuperaçã­o. “O Brasil vem mostrando pequenos sinais de recuperaçã­o, mas está longe de ser algo para se comemorar”, diz César Andaku, economista do Dieese.

O desemprega­do Adilson Demizu, 47 anos, morador da Vila Ema (zona leste), foi uma das vítimas do corte de vagas neste ano. Há três meses, Demizu perdeu o emprego de 19 anos em um supermerca­do no centro da capital. “Por causa da crise, houve cortes de funcionári­os com salários altos”, diz ele, que era gerente.

Após a demissão e com o cenário desfavoráv­el, o desemprega­do planeja abrir o próprio negócio e não ter mais carteira assinada.

Cimar Azeredo, coordenado­r de Trabalho e Rendimento do IBGE, afirma que o que está havendo é uma mudança de desemprega­dos para o mercado informal. “Há mais pessoas sem carteira assinada e por conta própria, sem garantias trabalhist­as previstas na lei.”

Quem também está em busca de recolocaçã­o é o engenheiro de produção Diogo Rossi, 37 anos, desemprega­do desde junho. “Percebi que haveria ajuste no quadro de funcionári­os e me preparei. Consegui planejar meus gastos para sustentar minha

Desde que começou a trabalhar como aprendiz de ajustador mecânico, aos 14 anos, Vagner Rosa, hoje com 53 anos, conta que jamais passou por momento tão delicado na vida profission­al, que teve início em 1978.

Há mais de um ano, o su- família por até seis meses.”

Rossi conta que passa cinco horas por dia em busca de emprego, mas, até agora, realizou apenas duas entrevista­s. Pelas previsões de pervisor de logística está desemprega­do. “Cansei de mandar currículos. Tenho cadastro em sites especializ­ados em vagas de emprego e participo de grupos nas redes sociais, mas, até agora, não apareceu nenhuma entrevista”, lamenta ele, que mora Azeredo, ele ainda terá que ter muita paciência.

“Vemos que há muito que caminhar para recompor o que foi perdido.” em São Caetano do Sul (ABC).

Para Rosa, a idade e o cargo são critérios que o colocam em desvantage­m. “Já passei dos 50 e minha qualificaç­ão é alta. Pessoas com meu perfil já não são atraentes para as empresas, que buscam jovens”, diz ele.

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