De olho na balança
Nos últimos anos, o excesso de peso virou uma espécie de epidemia em muitos países do mundo.
No Brasil, segundo pesquisas do Ministério da Saúde, não é diferente. Quase 54% dos brasileiros estão acima do peso. E 19% são obesos.
O aumento vem ocorrendo em todas as faixas, mas tem sido mais acelerado entre os mais jovens.
Em dez anos (de 2006 a 2016), a obesidade quase dobrou no grupo de pessoas de 18 a 24 anos. Passou de 4,4% para 8,5%.
Entre as crianças de 5 a 9 anos, 33% estão com excesso de peso, e 14,3% são obesas.
A situação é bastante grave e tudo indica que a tendência deve aumentar.
O problema não é só estético. A mistura de má alimentação, pouco exercício e o estresse da vida moderna pode ter consequências graves para saúde.
O SUS gasta por ano quase R$ 500 milhões para tratar doenças relacionadas à obesidade.
Mudar os hábitos alimentares e tentar levar uma vida mais saudável não é nada fácil.
Por isso, existe um mercado imenso que tenta vender saídas fáceis para esse problema.
As cirurgias de redução do estômago, por exemplo, são recomendadas por médicos apenas para obesos mórbidos.
Agora estão querendo relaxar as regras e liberar as operações para mais pessoas.
Pode até ser útil em alguns casos, mas também pode servir como desculpa para muita gente que não quer fazer dieta ou atividade física.
O melhor, e mais saudável, é que os governos invistam em campanhas de reeducação alimentar.