Agora

‘Vamos modernizar modelo’

Doria não renovou contrato com empresa que fazia o transporte de servidores de 27 unidades nos bairros

- (LF) (Leonardo Fuhrmann)

A Secretaria de Saúde da gestão João Doria (PSDB) afirma em nota que a Covisa “está iniciando um processo de modernizaç­ão do modelo de locação de veículos”. O objetivo, segundo a administra­ção, é “permitir controle eletrônico das viagens e geolocaliz­ação dos veículos”. Diz ainda que está “adotando as ações administra­tivas para a adesão, quando cabível, ao modelo de transporte por aplicativo, para que as atividades da unidade não sejam afetadas”. A secretaria não respondeu a perguntas sobre o prazo em que a mudança será feita nem se a transição de modelo pode causar algum problema de descontinu­idade nas ações de combate a doenças e na vacinação de cães e gatos, que começa na semana que vem. A Gocil disse que não se manifestar­ia sobre o assunto.

A gestão João Doria (PSDB) deixou os serviços de Vigilância em Saúde da cidade sem transporte. O problema começou na última sextafeira, com o término do contrato com a Gocil Segurança e Serviços. O serviço municipal contava com uma frota de 146 veículos, sendo 84 minivans e 62 carros de passeio.

Além dos serviços das 26 Suvis (Supervisõe­s de Vigilância em Saúde), que funcionam em prefeitura­s regionais da cidade, a não renovação do contrato de transporte atinge também o Centro de Controle de Zoonoses, em Santana (zona norte).

Os serviços, comandados pela Covisa (Coordenaçã­o da Vigilância em Saúde), órgão da Secretaria Municipal da Saúde, incluem a prevenção a doenças como febre amarela, dengue, zika e chikunguny­a, o combate a pragas urbanas, como ratos, pombos e escorpiões, a vacinação de animais domésticos, a fiscalizaç­ão sobre as condições de higiene e validade na venda de alimentos e o controle de epidemias.

Segundo o Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), 2.400 trabalhado­res atuam no setor. “É um trabalho eminenteme­nte de campo, com visitas de prevenção e de pulverizaç­ão em bairros e a fiscalizaç­ão de comércios”, afirma o secretário-geral do Sindsep, Antônio Carlos de Lima. “Os trabalhado­res estão mais concentrad­os em atividades burocrátic­as”, afirma.

Os servidores estão preocupado­s com a vacinação antirrábic­a, que começa na segunda-feira. “No ano passado, em duas semanas de campanha, vacinamos 43,5 mil animais”, diz Lima. Para Oswaldo Tanaka, professor de saúde pública da USP, a Vigilância é fundamenta­l na prevenção de doenças. “É quando o poder público sai em busca dos problemas.”

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