Selvageria em grupo
Qualquer ato de violência sexual é horrível. Quando é praticado de forma coletiva, vira um ato da mais pura selvageria.
Para vergonha da sociedade, esse tipo de crime vem crescendo de forma assustadora no Brasil. Uma análise do jornal “Folha de S.Paulo” sobre números coletados pelo Ministério da Saúde forma um quadro de filme de terror. De 2011 a 2016, os estupros coletivos notificados mais que dobraram. Passaram de 1.570, em 2011, para 3.526, em 2016. São pelo menos dez por dia. No ano passado, eles representaram 15% do total dessas agressões notificadas (22.804).
Infelizmente, tudo leva a crer que a realidade é ainda pior. Muitas vítimas não denunciam seus agressores e evitam os atendimentos médicos. Calcula-se que apenas 10% desses casos sejam registrados pela polícia. Nos últimos anos, alguns exemplos chocantes tiveram bastante repercussão.
Em maio deste ano, circulou pela internet um vídeo de uma menina de 12 anos estuprada por quatro jovens no Rio de Janeiro.
Pesquisas apontam que 40% das vítimas de estupro coletivo no Brasil são crianças. O restante se divide em 24% de adolescentes e 36% de adultas.
Com esses números, o Brasil não se distancia como deveria dos países que ainda não aprenderam a respeitar as mulheres.
Um exemplo é a Índia. Lá os casos de estupro notificados saltaram de uma média de 25 mil por ano para mais de 36 mil, em 2014. E isso porque outros milhares ficam encobertos.
Ainda falta muito para a gente mudar essa realidade e se livrar dessas companhias vergonhosas.