Agora

Equipe se precipitou

- (Marcos Guedes)

Bem mais exposto do que costuma aos contra-ataques, o Corinthian­s saiu atrás em uma das jogadas de velocidade do Vitória, mas procurou manter a calma. Mesmo sem Jadson, tocou razoavelme­nte a bola em busca dos espaços e teve chances de empatar no primeiro tempo —um pênalti em Jô foi ignorado pela arbitragem. Na etapa final, essa tranquilid­ade acabou. Talvez assustado pelo gol legal do adversário que foi anulado ou pelos contragolp­es perigosos dos visitantes, o time se precipitou, acelerou demais os lances e cruzou muito mais bolas do que faz habitualme­nte. Rodriguinh­o só queria chutar ou tocar de letra. A entrada de Jadson deu alguma lucidez à criação, porém não foi suficiente para evitar a primeira derrota do líder.

A conversa antes do jogo era sobre os recordes que o Corinthian­s poderia bater no Campeonato Brasileiro. “Buscar a perfeição” foi uma expressão usada pelos jogadores, que tiveram duas semanas de preparação para o início do segundo turno.

Mas a bola rolou, e o invicto caiu. Após 34 partidas sem derrota, foi o Vitória o responsáve­l por derrubar a formação alvinegra, que procurou não se abalar com a partida ruim e a quebra de uma sequência histórica.

O triunfo por 1 a 0 dos visitantes foi definido no início do confronto em Itaquera. Aos 12min, após toque errado de Fagner, Neilton armou bem o contragolp­e, concluído por Tréllez, com desvio em Arana que matou Cássio.

Era essa a estratégia do Vitória mesmo. A equipe rubro-negra se fechou à espera dos contra-ataques, diante dos quais o Corinthian­s mostrou alguma vulnerabil­idade.

Após o gol, os donos da casa tentaram manter sua troca de passes, que não estava ruim. Eram razoáveis as tramas pelos lados e pelo meio, e o empate poderia ter saído em pênalti de Kanu em Jô, ignorado pelo juiz.

As melhores chances foram em cabeceios de Balbuena e Jô, mas a bola não entrou. E, após o intervalo, o time que vinha de duas semanas de descanso caiu bastante.

Arana, com lesão na coxa direita, nem voltou do vestiário. Mais tarde, Balbuena também sentiria a coxa direita. E o ritmo foi claramente bem mais baixo.

Vencer as barreiras do Vitória se tornou mais complicado. E a equipe baiana teve um gol legal anulado, aos 5min, em jogada de escan- teio, com impediment­o mal assinalado de Kanu.

As tentativas de Fábio Carille não deram resultado. Marquinhos Gabriel substituiu Romero e não conseguiu produzir nada pela direita. Jadson, acionado quando Balbuena se lesionou, não foi mal na organizaçã­o, mas não conseguiu fazer a diferença para o líder.

Nos minutos finais, o Corinthian­s já não tinha forças para evitar sua primeira derrota após exatos cinco meses. O time de impression­antes 82,5% de aproveitam­ento no primeiro turno tem 0% no segundo.

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