Graninha bem-vinda
O pior da crise econômica já passou, mas isso nem de longe quer dizer que as coisas estejam boas.
O desemprego continua muito alto, o movimento no comércio é fraco e as empresas ainda não se animam a começar projetos novos. O sufoco não ficou para trás.
Por isso, vem em boa hora a decisão do governo de liberar a grana do PIS/Pasep para homens com mais de 65 anos de idade e mulheres a partir dos 62.
Até agora, só dava para pegar esse dinheiro aos 70 anos (homens e mulheres), ou em casos de aposentadoria, invalidez, deficiên- cia física e morte.
Segundo o governo, o saldo médio por cotista é de R$ 1.187, e a maioria tem pelo menos R$ 750 para resgatar.
Não é a salvação da lavoura, mas não deixa de ser refresco bem-vindo. Juntando todo mundo (quase 8 milhões de idosos), deve ser liberada uma bolada de R$ 16 bilhões.
Quase tudo isso deve ir para o consumo ou para o pagamento de dívidas, que ainda leva mais de um quinto da renda das famílias.
Dessa forma há um alívio geral na economia, que pode beneficiar mesmo quem não tem PIS/Pasep para sacar.
Se aumentam as compras, as lojas contratam mais. Com mais gente empregada, tudo fica mais fácil.
Desta vez, não é tanta grana quanto os mais de R$ 40 bilhões liberados do FGTS, claro. Aquele dinheiro foi importante para apressar o fim da recessão.
Agora a situação está um pouco melhor: a inflação caiu, os juros do crediário estão menos salgados (mas ainda estão muito altos) e o emprego começou a crescer (bem aos pouquinhos).
Na bagunça que o país vive, não dá para esperar um progresso mais rápido. O jeito é ir devagar e sempre.