Entidade diz que não teria grana para resgate à noite
O presidente da Apoio (Associação de Auxílio Mútuo da Região Leste), Gutemberg Sousa da Silva, afirmou ontem que as exigências feitas pela Secretaria Municipal da Assistência Social inviabilizariam financeiramente a atuação da sua entidade no resgate de moradores de rua durante a noite.
Em reportagem publicada ontem no Agora, o secretário Filipe Sabará afirmou que a organização será substituída no serviço prestado à Cape (Coordenadoria de Atendimento Permanente e de Emergência), que deveria recolher moradores de rua a partir de pedidos feitos pela população ao 156.
Por meio de uma portaria publicada no mês passado, Sabará determinou que o serviço se concentrasse principalmente durante o período noturno, quando ocorre o maior número de pedidos de resgate de moradores de rua. Para isso, seria necessário aumentar o número de agentes que fazem a abordagem justamente nesse horário.
O presidente da Apoio afirma que a necessidade de fornecer vale-alimentação aos trabalhadores por conta do novo horário aumentaria os gastos da sua entidade em R$ 124.576,50. Haveria também acréscimo de R$ 45.828,54, referentes aos 5,5% sobre os salários correspondente à convenção coletiva. “Da forma como foi publicada, a portaria compromete a nossa organização do ponto de vista econômico”, afirmou Silva.
O presidente da Apoio disse que tentou encontrar uma saída em conversa com o secretário da gestão João Doria (PSDB), mas que isso não foi possível e optou por entregar o serviço.