Governo estuda privatizar Casa da Moeda e Congonhas
Usina da Cemig também integra lista; venda da Lotex, a ‘raspadinha’, deve render R$ 2 bilhões
Na lista de concessões aprovadas pelo conselho do PPI ( Programa de Parcerias em Investimentos) ontem, o governo decidiu incluir a Casa da Moeda, o aeroporto de Congonhas e somente uma das quatro usinas da estatal mineira Cemig.
A forma como a Casa da Moeda será desestatizada ainda será definida. Integrantes do conselho do PPI afirmam que ainda serão feitos estudos para definir o modelo mais interessante. Pode ser que seja vendida somente 51% e a União continue no negócio.
No entanto, sem recursos para cobrir os sucessivos prejuízos da Casa da Moeda, no entanto, o mais provável é que a União se retire completamente do controle.
O ministro da SecretariaGeral da Presidência Moreira Franco ressaltou que ainda serão feitos estudos para definir a privatização e explicou que a decisão de desestatização foi tomada diante dos “prejuízos sucessivos”
“O consumo de moedas no Brasil, segundo dados do Ministério da Fazenda, tem caído. Cada vez mais usamos menos papel moeda e a saúde financeira dela está extremamente debilitada, com a previsão de se debilita ainda mais com o avanço da tecnologia”, disse.
Aeroporto mais lucrativo da Infraero, Congonhas tem valor estimado de venda de R$ 4 bilhões somente em outorgas (concessões).
As quatro usinas da Cemig trariam R$ 11 bilhões. Mas a estatal, depois de pressão da bancada mineira de deputados, conseguiu abrir negociação para poder comprar três dessas hidrelétricas com preferência a R$ 9,7 bilhões.
Sem a venda, a União não conseguirá cumprir a meta de deficit de R$ 159 bilhões neste ano. O ministro Bezerra Filho (Minas e Energia) diz que o governo não desistiu de realizar os leilões ainda no segundo semestre.
“Nós temos um canal sempre aberto de diálogo para poder conseguir um entendimento para atender aos interesses da União e da empresa”, afirmou.
A venda da Lotex, conhecida como “raspadinha”, foi confirmada e deve render R$ 2 bilhões.