Palhaçovida
dos anos 1980, época que eu vivi”, conta Daniel Rezende.
Inspirado na vida real de Arlindo Barreto, mas se valendo de nomes totalmente fictícios por questões de direitos autorais, o filme usa o personagem Bingo para contar a história de Bozo. O palhaço, que na década de 1980 já era sucesso nos sucesso nos Estados Unidos, precisava de um ator para emplacar em terras brasileiras.
Quando assumiu o papel na TV, Arlindo, no filme chamado de Augusto Mendes, abraçou a causa com tudo: mudou o roteiro, fez piadas de duplo sentido com as crianças, colocou a Gretchen (Emanuelle Araújo) para rebolar ao som de “Conga, Conga, Conga” e começou a atender o público infantil pelo telefone. “O que eu mais tentei preservar da figura dele foi o apelido de Febrão, que veio por um depoimento do filho dele, uma figura que está sempre em uma temperatura alta”, conta o ator Vladimir Brichta. “Isso me norteava como um farol, mas é claro que o roteiro é mais livre e era a história dele recontada com essa liberdade”, completa o ator.
Por trás das câmeras, a fama o afundou nos vícios da cocaína, do álcool e do sexo. Na época separado, ele passou a ver menos o único filho. E o comportamento irresponsável perto criança fez com que fosse proibido de visitá-la.
Por causa das passagens dramáticas da trajetória de Barreto, o roteirista do longa, Luiz Bolognesi, conta que a ideia era fazer uma tragicomédia. “A gente construiu uma ficção inspirada na biografia. Existem vários elementos biográficos, mas a relação com o filho, por exemplo, é totalmente inventada”.
Além da história de fama, sucesso e dramas de Arlindo Barreto, o longa de Rezende transporta o público para a vida louca dos anos 1980, com músicas de sucesso e outros programas ícones da história da TV. Era uma época em que tudo era permitido na televisão.