Bilhete Único Especial precisa ser renovado por usuários
Beneficiários reclamam por haver somente um posto, no Pari, para fazer o recadastramento
Passageiros com deficiência, principalmente com doenças irreversíveis, que utilizam ônibus na capital, estão reclamando da convocação para perícia médica para renovação do Bilhete Único Especial, gratuito para portadores de necessidades especiais, no posto da SPTrans no Pari (centro), empresa sob a gestão do prefeito João Doria (PSDB).
Uma equipe médica está avaliando as limitações de cada usuário para decidir a concessão do benefício.
A analista de marketing Vanessa Yara Gonçalves, 33 anos, que teve que perder um dia de serviço, em São Caetano do Sul (ABC), para poder regularizar a situação, reclamou da situação. A jovem é portadora da artrogripose múltipla congênita, doença que limita os movimentos dos braços, mãos e pés. “Utilizo o cartão há quatro anos e nunca precisei passar por perícia, até porque minha doença não tem cura. Até agora estou sem entender os critérios da empresa”, disse ela, que mora no Butantã (zona oeste) e levou mais de uma hora para chegar ao posto de atendimento da SPTrans. “Ainda bem que consigo me locomover. Fico com dó daqueles que estão de cadeira de rodas ou sem acompanhante”, complementou.
A auxiliar de escritório Rute de Souza, 40 anos, também foi outra usuária que demostrou insatisfação ao receber a intimação para perícia. Ela, que teve os movimentos do braço esquerdo limitados em decorrência de um acidente ainda na infância, depende do benefício para se locomover para o trabalho. “É muita humilhação. A SPTrans deveria ter fotos das pessoas com deficiência para facilitar o processo e não mandar a gente viajar até aqui”, reclamou ela, que saiu do Parque Fernanda (zona sul) e levou três horas para chegar ao posto de atendimento.
A SPTrans afirma que a escolha do prédio para o recadastramento se deve pelo fato do espaço oferecer maior acessibilidade e atendimento humanizado aos usuários.