Abordagem nos Jardins é diferente, diz chefe da Rota
Oficial afirma que a linguagem do policial tem de ser distinta em bairros nobres e na periferia da cidade
Uma questão de se adaptar aos inimigos diários e ao território pertencente. É desta maneira que o tenente-coronel Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, 46 anos, o novo comandante da Rota, a tropa de elite da PM (Polícia Militar) de São Paulo, define a forma de atuação dos policiais nas ruas de todo o mundo. Incluindo os cerca de 700 homens que estão sob suas ordens desde o dia 4 de agosto deste ano.
Araújo afirmou que os PMs que atuam na região nobre e na periferia de São Paulo adotam formas diferentes de abordar e falar com moradores. “É uma outra realidade. São pessoas diferentes que transitam por lá. A forma dele abordar tem que ser diferente. Se ele [policial] for abordar uma pessoa [na periferia], da mesma forma que ele for abordar uma pessoa aqui nos Jardins [região nobre de São Paulo], ele vai ter dificuldade. Ele não vai ser respeitado”, disse.
“Da mesma forma, se eu coloco um [policial] da periferia para lidar, falar com a mesma forma, com a mesma linguagem que uma pessoa da periferia fala aqui no Jardins, ele pode estar sendo grosseiro com uma pessoa do Jardins que está ali, andan- do. O policial tem que se adaptar àquele meio que ele está naquele momento.”
De acordo com Mello Araújo, o mesmo ocorreria na Inglaterra. “Os policiais, tempos atrás, andavam desarmados. Hoje, não estão mais desarmados porque estão numa situação de terrorismo, de atentados. Mas, se a gente voltasse um pouquinho [no tempo], na Inglaterra o policial andava desarmado.”
A polícia britânica pode ser vista carregando armamentos em locais estratégicos quando o governo eleva o nível de alerta contra ações extremistas, como atualmente. Mas, quando o estado de alerta é mais baixo, a maioria dos policiais britânicos trabalha desarmada.