Agora

Tribunal diz que PM pode mexer em cena de crime

- (AG)

Uma resolução do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo determina que policiais militares podem mexer na cena de crimes praticados por PMs contra civis.

O texto foi publicado dia 18, levantando crítica de especialis­tas e entidades de segurança pública.

De acordo com o texto, o policial que atender a ocorrência deverá apreender os instrument­os e todos os objetos que tenham relação dos crimes militares, como armas, cápsulas, documentos, e “deverá solicitar às repartiçõe­s técnicas (perícia) e civis as pesquisas e exames para a apuração militar”.

Segundo a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de SP, Raquel Kobashi Gallinati, a resolução quer deslocar o que é de competênci­a da Polícia Ci- vil. “Por lei só quem pode apreender objetos de crime é o delegado de polícia após perícia. A resolução é teme- rosa para a sociedade”.

O advogado e diretor da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados), Martin de Almeida Sampaio, diz que a decisão é inconstitu­cional.

“Um desastre, uma licença para matar. Alguns policiais vão se sentir livres para fazer o que quiserem porque poderão alterar com o consentime­nto do Tribunal a cena do crime”. Para o especialis­ta em segurança pública Guaracy Mingardi, a decisão é um retrocesso. “Não é uma investigaç­ão de quem matou e sim o que aconteceu. As provas são fundamenta­is”. A Secretaria da Segurança Pública analisa resolução. O TJM não se pronunciou.

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Reprodução Policiais militares retiram carroceiro baleado e morto por um PM da cena do crime, em Pinheiros

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