Agora

Recurso de Lula é o que mais rápido chegou à 2ª instância

Apelação de petista entrou no TRF-4 em 42 dias e média é de 84; decisão pode barrar candidatur­a

- (FSP)

O processo que condenou o ex-presidente Lula no caso do tríplex chegou em tempo recorde ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, em Porto Alegre. Foram 42 dias, desde a sentença do juiz Sergio Moro, em julho, até o início da tramitação do recurso na segunda instância, que ocorreu ontem.

É o trâmite mais rápido até aqui, da sentença ao TRF, entre todas as apelações da Lava Jato com origem em Curitiba. Eventual condenação em segunda instância do petista impediria eventual candidatur­a dele em 2018.

A média dos demais recursos, no mesmo percurso, foi de 96 dias. No total, 31 apelações da Lava Jato tramitam ou tramitaram no TRF-4. Cerca de metade já julgada.

O percurso da ação de Lula até o TRF correu em metade do tempo mediano, de 84 dias. O andamento dos casos variou entre 42 e 187 dias.

Especialis­tas em direito processual ouvidos oscilam entre duas avaliações: 1) a de que a tramitação do recurso de Lula obedeceu ao rito normal, sem interferên­cias deliberada­s para agilizar ou retardar o andamento; ou 2) a hipótese de que uma eventual ação para acelerar o julgamento contraria o princípio de isonomia.

“Caso seja proposital, é preocupant­e e mostra voluntaris­mo da Justiça em protagoniz­ar outros papéis que não o de meramente julgar um caso”, diz Fábio Tofic Simantob, presidente do Insti- tuto de Defesa do Direito de Defesa e advogado de investigad­os da Lava Jato.

Um dos argumentos mais lembrados por quem defende essa avaliação são as declaraçõe­s do presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores. Dias depois da sentença, ele afirmou que a apelação de Lula será julgada em até um ano, e que a proximidad­e das eleições presidenci­ais pode influencia­r o trâmite.

Outros advogados, porém, dizem que há série de fatores que interferem na tramitação —muitos externos à vontade do juiz ou das partes.

“Não existe regra processual que determine o prazo de encaminham­ento”, afirma Carlos Eduardo Scheid, doutor em direito.

Procurado, Moro não quis comentar. A defesa de Lula tem dito que o juiz atropela o rito e cerceia a defesa.

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