Maia avalia que eleição e financiamento não mudam
Diante de um impasse entre os partidos em relação aos principais pontos da reforma política, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o sistema eleitoral e as regras de financiamento de campanha podem ficar como estão para 2018.
Maia ironizou a falta de acordo entre os parlamentares e disse ser provável que a Câmara aprove apenas o fim das coligações e a recriação da cláusula de barreira.
“Se não houver um bom diálogo até terça-feira, vai ser difícil aprovar alguma coisa na PEC [proposta de emenda à Constituição] do sistema e do financiamento eleitoral”, afirmou Maia.
Com isso, as eleições do ano que vem para deputados se dariam pelo atual sistema proporcional, e as regras de financiamento ficariam como estão —sem fundo público de campanhas e sem a volta de doações empresariais.
“Os deputados disseram que não precisam do fundo e o Senado não quer votar o financiamento privado, então vamos para a eleição do ano que vem com o que a gente tem. Acho que todo mundo vai ter que comprar um bom celular, com uma boa definição de imagem e contratar um cinegrafista amador”, disse o presidente.
Se as regras permanecerem como estão, os candidatos e partidos terão apenas recursos do Fundo Partidário (cerca de R$ 800 milhões por ano de dinheiro público) e doações de pessoas físicas.
Com o impasse, Maia afirmou que tentará costurar um acordo, mas admitiu que estuda colocar primeiro em votação no plenário a proposta que estabelece apenas o fim das coligações, a cláusula de barreira e a criação de federações partidárias, aprovadas em comissão.