Pequeno público Apesar de ainda não saberem falar, bebês já podem ir a peças de teatro e se divertir em atrações culturais
Nícolas ainda não fala direito nem deu seus primeiro passos, mas, com um ano de idade, já pode ser considerado um pequeno amante da arte. Ele frequenta eventos culturais acompanhado pela mãe, a engenheira civil Fábia Giraola, 38 anos. Recentemente, os dois assistiram ao espetáculo “Scaratuja”, voltado para crianças de 0 a 3 anos, que está em cartaz no Teatro Folha.
“É muito interessante, porque os atores fazem sons como se fossem crianças realizando suas primeiras descobertas. Eles estimulam o tato dos pequenos usando objetos. Também tem música e é tudo muito colorido”, conta ela, destacando que o filho prestou bastante atenção ao espetáculo todo, do início ao fim.
Segundo Marcelo Peroni, diretor da peça, a ideia é formar um público que goste de arte e que, futuramente, quando adulto, continue a frequentar espaços culturais. “Temos muito cuidado com o que apresentamos, porque queremos que o primeiro contato dessas crianças com o teatro seja positivo. Quero que esse bebê se torne um adolescente e um adulto sedento por arte.”
Quem também adora programas culturais e frequenta cinemas, museus e parques, sempre na companhia do filho, é a atriz Lígia Hsu, 36 anos. Ela conta que se tornou uma frequentadora assídua de eventos culturais para bebês depois que Miguel nasceu, há um ano e meio. “Os primeiros meses da maternidade foram Voltado para crianças de 0 a 3 anos, o espetáculo é interativo e sensorial e conta com trilha sonora ao vivo. A peça aborda os rabiscos das crianças, as “garatujas”, que surgem a partir de um emaranhado de linhas, traços, pontos e círculos, ganhando complexidade ao longo da encenação. O espetáculo dura 25 minutos e, ao final, as crianças são convidadas a explorar o espaço cênico e os objetos usados na peça Na oficina, será possível criar bonecos e elementos de cenário para serem animados muito difíceis e um pouco solitários. Eu não conseguia ficar parada em casa. Então, acabei descobrindo vários passeios voltados para crianças de colo e passei a frequentá-los.”
Foi aí que surgiu a ideia do projeto Ocupa Baby, página criada por ela no Instagram e que também tem site (
“A intenção é que crianças ocupem os espaços da cidade, mesmo aqueles que não são exatamente voltados para elas, como os museus. Não adianta levar o filho só em shopping e, mais tarde, querer que ele goste de arte”, afirma ela.
Além de eventos culturais, a página dá dicas sobre como tirar RG para bebês, como conse- guir vaga em creches e como realizar exames pré-natais pelo SUS (Sistema Único de Saúde), entre outros serviços.
Filha da historiadora Raquel Gaferal, 30 anos, Nina, de dois anos, adora museus. A pequena já foi várias vezes ao Catavento Cultural. “É o que ela mais gosta, porque é interativo e muito colorido”, diz Raquel. “Ela adora e explora cada cantinho. Por isso, prefiro levar em museu interativo”, conta.
Baseando-se em suas próprias experiências, a historiadora criou o Nosso Quintalzinho (
um projeto que reúne mães e bebês para fazerem visitas a museus.