Um ano depois do impeachment
No dia 31 de agosto completou-se um ano desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
É bem verdade que a petista já era carta fora do baralho em maio do ano passado, quando foi afastada do Palácio do Planalto pela Câmara dos Deputados.
Mas o processo ainda correu até a votação final do Senado, que fez o esperado. Só um milagre poderia devolver a cadeira para Dilma.
Hoje dá para notar quanta previsão furada foi feita naqueles dias. A turma do PT e seus aliados diziam, por exemplo, que ha- veria protestos na rua contra o que eles ainda chamam de “golpe”.
Nem houve protestos (fora os de uns gatos pingados) nem golpe.
O processo foi todo feito dentro da lei, seguindo tudo o que o Supremo Tribunal Federal recomendou. E a maioria dos ministros do STF foi indicada por presidentes petistas.
Mas os adversários do PT também pisaram na bola. Muita gente chegou a achar que a corrupção poderia acabar (ou, pelo menos, cair muito) com a troca de comando.
Que nada: um monte de ministros e aliados do governo Michel Temer (PMDB) acabaram enrolados em escândalos —e o próprio Temer foi acusado de corrupção pela Procuradoria-Geral da República.
A economia começa, finalmente, a melhorar um pouco. Algumas das besteiras do tempo de Dilma, como a alta da inflação, foram consertadas.
A verdade é que os brasileiros ficaram muito cansados dessa história toda. Ficou difícil acreditar nas conversas dos dois lados. De bom, podemos dizer pelo menos que o país aguentou o tranco.