Preservar acervo é o desafio para a reforma do museu
Retirada dos quase 150 mil itens poderá levar até dez meses antes do início do trabalho de restauro
A transferência do acervo do Museu do Ipiranga para imóveis alugados para realização das obras de restauro e modernização do edifício é o principal desafio dos responsáveis pela coleção.
A previsão é que a retirada de quadros, esculturas e objetos de pequeno e médio porte demore cerca de dez meses, além dos prazos da realizar a licitação para escolher a empresa que fará a obra. O tempo é necessário devido ao volume do acervo, que tem quase 150 mil itens e serão retirados em lotes —os dois primeiros com obras que serão tratadas.
Parte deste acervo já está embalado para o transporte e acomodado em salas que não têm risco de o forro desabar. A transferência incluirá 1.050 caixas, 56 gavetas e mais 10.640 itens, destas 1.011 são pinturas, segundo a administração do museu.
Já as obras de grande porte não serão retiradas devido à dificuldade de transporte. Entre elas estão o quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, e as esculturas em mármore dos bandeirantes Fernão Dias e Raposo Tavares. Todas, porém serão protegidas.
A tela de Pedro Américo, que mede 4,60 m de altura por 7,60 m de largura e está chumbada na parede, compõe o conjunto de 36 obras do eixo monumental (entrada principal, escadaria e salão nobre) que serão restauradas. Algumas dessas obras estão acomodadas, provisoriamente, no salão nobre.
Os livros da biblioteca e todos os documentos históricos e iconográficos foram transferidos para dois imóveis alugados no Ipiranga, e já estão abertos ao público.
O museu está fechado à visitação desde agosto de 2013, quando foi identificado risco de desabamento de forros dos salões do 1º andar. A previsão é que o museu seja reaberto em 2022, ano do bicentenário da independência.