Las Vegas ganha fazenda tecnológica de maconha
Com venda liberada no Estado desde julho, governo espera arrecadar US$ 60 mi no imposto da droga
Las Vegas Touquinha de cabelo, proteção nos sapatos, luvas, máscara e macacão. Parece que vamos entrar numa sala de cirurgia, mas o cheiro adocicado logo entrega, após a passagem por uma pesada porta de segurança.
Estamos em uma plantação de maconha “indoor” (que não é ao ar livre), uma das mais tecnológicas do mundo, a 15 minutos a pé da famosa avenida de cassinos de Las Vegas, nos Estados Unidos.
Um dos donos da Desert Grown Farms, o empresário Armen Yemenidjian, 31 anos, é também proprietário de três lojas de maconha na cidade, investimento que ele fez depois de largar a licença de operador de jogos de azar.
“No cassino, alguém sempre tem que perder para alguém ganhar. Com a cannabis, todos ganham”, disse Yemenidjian. “É uma chance imperdível poder participar de uma indústria totalmente nova desde seu início.”
Ambas as indústrias têm similaridades, como uma intrincada regulamentação, alta movimentação de dinheiro vivo —já que bancos não aceitam transações de negócios de maconha porque a droga continua ilegal no âmbito federal— e estrutura pesada de vigilância e segurança. “É a mesma sofisticação de equipamentos”, diz.
Las Vegas fica no Estado de Nevada, que desde julho liberou o comércio de maconha recreativa. As lojas que vendiam a droga só com receita médica agora atendem a qualquer um maior de 21 anos, inclusive turistas. Os primeiros dias foram marcados por longas filas, fogos de artifício e falta de estoque.
Cerca de 50 funcionários trabalham na Desert Grown Farms, de 5.000 metros , em operação há oito meses. O ciclo intenso de plantação traz uma colheita nova a cada duas semanas.
Pelos sete salões de cultivo, são reproduzidas condições de primavera, com luzes ligadas 24 horas por dia, por exemplo, ou outono, com temperaturas mais amenas.
Um sistema controla luzes, temperatura e umidade, além da irrigação de água e nutrientes.
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