Temer é ladrão geral da República, afirma Joesley
Declaração é resposta à nota publicada pelo Palácio do Planalto para desqualificar delação do empresário
O empresário Joesley Batista, da JBS, divulgou ontem uma nota em que chama o presidente Michel Temer de “ladrão geral da República” e diz que o presidente não consegue se defender dos crimes que comete.
Joesley, cuja delação serviu de base para que a Procuradoria-Geral da República apresentasse a primeira denúncia contra Temer, sob acusação de corrupção passiva, diz que a colaboração com a Justiça “é por lei um direito” que o presidente “tem por dever respeitar”.
“Atacar os colaboradores mostra no mínimo a incapacidade do senhor Michel Temer de oferecer defesa dos crimes que comete. Michel, que se torna ladrão geral da República, envergonha todos nós brasileiros”, diz a nota.
Com a declaração, Joesley respondeu a nota de anteontem em que o Planalto antecipou a defesa de Temer e desqualificou as delações do corretor de valores e suposto operador do PMDB Lúcio Bolonha Funaro, cujos depoimentos devem embasar a segunda denúncia contra o presidente.
Segundo o Planalto, os irmãos Batista mentiram e omitiram dados dos procuradores e “continuam tendo o perdão eterno” do procurador-geral, Rodrigo Janot. Isso porque Joesley decidiu entregar aos investigadores novos áudios de conversas que teve com políticos para complementar sua delação.
Para o Planalto, a delação de Funaro, ainda sob sigilo, tem “inconsistências” e “incoerências” e representa uma “vontade inexorável” de Janot de perseguir o presidente. A delação está sob sigilo e deve ser homologada nos próximos dias pelo Supremo Tribunal Federal.
Em seus depoimentos, Funaro afirma que recebeu R$ 400 mil da JBS para se manter em silêncio, mas ainda não está claro se ele atribui a ordem do pagamento a Temer, ou implica o presidente em qualquer outro crime. Na nota, Joesley não cita Funaro.