Agora

Justiça manda destruir as provas da Castelo de Areia

- (FSP)

A Justiça Federal determinou a destruição das provas obtidas na Operação Castelo de Areia, iniciada em 2009 e que poderia ter antecipado a descoberta de crimes apurados na Operação Lava Jato, uma vez que tinha como alvos empreiteir­as e políticos suspeitos de corrupção.

O acervo da Castelo de Areia a ser inutilizad­o inclui documentos, planilhas, manuscrito­s e e-mails apreendido­s nas casas e escritório­s de ex-executivos da construtor­a Camargo Corrêa, e gra- vações de escutas telefônica­s feitas pela Polícia Federal.

À época, o material levou à abertura de mais de 50 apurações em vários Estados.

O descarte do material foi determinad­o no último dia 10 de agosto, a pedido da defesa de três ex-dirigentes da empreiteir­a, sob o argumento de que essas provas foram anuladas em julgamento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de 2011.

A decisão ocorre em um momento em que a Castelo de Areia é um dos temas da negociação da delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci com o Ministério Público Federal.

Palocci afirmou no decorrer das tratativas com os procurador­es que o ex-presidente do STJ Cesar Asfor Rocha recebeu suborno de R$ 5 milhões da Camargo Corrêa para barrar a Castelo de Areia. Asfor Rocha e a construtor­a negam crime ligado à operação.

O despacho que autorizou a destruição do material é do juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, e atendeu requerimen­to de Darcio Brunato, Fernando Dias Gomes e Pietro Giavina-Bianchi, ex-executivos da empreiteir­a.

O magistrado indicou que a inutilizaç­ão de provas considerad­as ilícitas está prevista no Código de Processo Penal e que a anulação não é mais passível de recurso.

Resposta

A Camargo Corrêa afirmou que respeita as sentenças do Judiciário. A defesa dos exdirigent­es não quis falar.

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Policiais na Camargo Correia, empreiteir­a mais atingida; destruição foi pedida por ex-executivos

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