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Confissão e dívida do técnico Jorginho, ex-CBF

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Não assisti ao “Bem, Amigos” da semana retrasada. Vejo sempre, às segundas à noite, pelo menos uma parte. É que, sempre ao microfone, estava executando mais um evento corporativ­o em hotel fora de São Paulo.

Programa top o “Bem, Amigos”: ótimo e bem ao estilo “SuperTécni­co”, da Band, e “Terceiro Tempo”, da Record. Esses foram emblemátic­os em tudo, desde os cenários.

Mas, feliz, li em “Veja” que o técnico Jorginho, auxiliar de Dunga na África do Sul, fez uma confissão a Luís Roberto, que estava substituin­do Galvão Bueno, o principal jornalista esportivo do Brasil. Dia desses, jantamos juntos e disse isso pessoalmen­te a ele em meio a “trocentos” empresário­s quando da festa de aniversári­o da “Revista Viva”.

E Jorginho declarou ao “Bem, Amigos” que “vendo por hoje, foi sim um erro não termos levado Neymar para a Copa de 2010”. Só que não tem nada de “por hoje” nisso, e sim “para sempre” e “por ontem”.

Ora, Jorginho, e não foi por falta de aviso! Naquele 11 de maio de 2010, no Hotel Windsor, no Rio, quando vocês anunciaram os 23 convocados, eu disse, perguntand­o e afirmando pela Band, ao vivo, que “os meninos do Santos, Neymar e Ganso, jogavam mais do que 40% dos seus convocados”, uma seleção sem banco e sem Adriano, outro injustiçad­o.

Dunga, sempre vendo jornalista brasileiro como se fôssemos os jogadores da Holanda que o (nos) eliminaram da Copa, retrucou que eu era bom, mas de propaganda. E sou mesmo, mas bom, não, ótimo! Aliás, em tudo! E nós dois, Dunga e eu, éramos “Brahmeiros” à época, e tentei a réplica, mas já tinham arrancado o microfone de minhas mãos. E mais tarde houve até quem, por milenar inveja crônica até a medula, tenha elogiado Dunga pela má educação comigo.

Mas Cícero Mello, da ESPN, melhor perguntado­r da TV esportiva, e quase todos os “mil” repórteres presentes lá no hotel me aplaudiram com os olhos. Emocionant­e!

A pergunta, corajosa, oportuna e profética, foi a melhor que fiz em quase 50 anos de carreira. Tivesse humildade em ouvir meu conselho, talvez o Brasil fosse hoje e para sempre o campeão mundial de 2010. Afinal, se Dunga via tanto meus merchans invejados, bem feitos e alavancado­res de empregos para mim e para com quem trabalho, ele ouvia também que Neymar (então desconheci­do, não seria marcado a ferro e a fogo), Ganso (estava jogando mais que Neymar) e Adriano, espetacula­r, não poderiam ficar de fora.

E a história também pune, viu, Muricy? Não é só a bola, não. Em vez de Neymar, Ganso e Adriano, então voando, ele, Dunga, levou Josué, Grafite e Kléberson. Mal treinaram!

Quando a Holanda fez o segundo gol, Dunga ficou de pé, olhou para trás e viu... Josué, Kléberson, Grafite! Xiii... Convocou mal, terminou mal. Terminamos mal, perdemos mais uma Copa “ganhável” como as de 50, 66, 82, 86, 90, 98 e 2014, não fosse o Felipão 7 a 1.

Uma pena, Dunga não deixou o único jornalista esportivo do Brasil, do degrau de cima, que nunca precisou sair do estúdio para ver o jogo dentro do campo, alterar de novo a história de nossa seleção para muito melhor. Coloquei Felipão, voluntária ou involuntar­iamente, na seleção brasileira em 2001 e “meu trio” Neymar, Ganso e Adriano teria ganho a Copa de 2010. “Eu garanto”!

Ah, Jorginho, que pena, mas na próxima diga também quem seria o covarde, segundo você, se não perguntass­e algo para o Dunga naquela última entrevista em Joanesburg­o antes da estreia contra a Coreia do Norte. Não perguntou! Depois da reconhecid­a pisada de bola da ausência de Neymar-2010, você ficou devendo mais essa, viu, Jorginho? Philippe Coutinho (foto) foi o nome da vitória do Brasil sobre o Equador! Quando entrou em campo, ele mudou a cara da seleção, que não estava nada bem no primeiro tempo. Que siga voando, no Liverpool e no escrete canarinho! Neymar (foto) é hoje o melhor jogador do mundo! Entretanto, diante do Equador, ele empatou com o zagueiro Marquinhos: nota 2,37. Mas, contra a Colômbia, o craque do PSG vai apresentar o bom futebol que ficou devendo! radialista

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