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Diploma mais difícil

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O Brasil ainda tem poucos jovens cursando o ensino superior. Na última contagem, em 2015, apenas 18% da moçada de 18 a 24 anos estava frequentan­do universida­des.

A meta do Plano Nacional de Educação é elevar essa parcela para 33% até 2024. Mas, pelo jeito, vai ser muito difícil.

Um levantamen­to feito pelo governo descobriu que, no ano passado, o número de matrículas nas faculdades públicas e privadas praticamen­te não cresceu.

Foram pouco mais de 8 milhões, uma mixaria (0,2%) acima do número de 2015. Pa- ra se ter uma ideia do vexame, essa quantidade havia crescido num ritmo de 6% por ano na década passada.

Não é muito difícil imaginar o que aconteceu: foi mais um efeito da crise econômica que complicou a vida de quase todos os brasileiro­s.

A grande maioria dos estudantes —6 milhões— está na rede privada. As mensalidad­es, claro, são salgadas, ainda mais em tempos de desemprego alto e dinheiro curto. Para piorar, cortaram boa parte da grana do Fies, o fundo que empresta dinheiro para os alunos.

Não é à toa que até aumentou um pouco o número de matrículas nas públicas, que são gratuitas. Só não aumentou mais porque as vagas são poucas, e os governos também estão sem grana para abrir mais.

Muita gente resolveu se virar de outro jeito: fazendo cursos à distância, que geralmente são mais baratos. A quantidade de matrículas nessa modalidade cresceu de menos de 700 mil, em 2015, para mais de 840 mil em 2016.

De qualquer jeito, conseguir um diploma para melhorar de vida ficou mais difícil. É ruim para os jovens e para o Brasil.

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