Instinto selvagem
Felipe Melo volta a ser reintegrado ao elenco e cria mais uma polêmica em sua primeira entrevista
Felipe Melo foi reintegrado ontem ao elenco do Palmeiras, na Academia de Futebol, e deixou o clube em saia justa logo em sua primeira entrevista após o retorno. De forma instintiva, o Pit Bull interrompeu uma pergunta para frisar que não havia pedido desculpas a Cuca.
“Não falei que pedi perdão para o Cuca, não. Eu falei que pedi perdão, não para o Cuca”, disse o camisa 30.
Antes, ele já tinha se desculpado pelo conteúdo do áudio que vazou e causou o seu afastamento do elenco.
“Eu não acho dele [Cuca] o que saiu no áudio. É bom frisar, o que foi falado não foi de coração. Creio de verdade que ele não seja nada daquilo que falei. Conversamos internamente e tudo foi solucionado”, falou o jogador.
Mais tarde, com a repercussão negativa, Melo usou o Twitter para se explicar: “Cortei o repórter para dizer que não pedi desculpas apenas para o Cuca, e sim para todos no grupo. Para o treinador, inclusive, pedi desculpas na frente do grupo, antes de ser afastado e em uma conversa particular”.
Melo havia sido afastado do elenco no dia 28 de julho, após a eliminação para o Cruzeiro, na Copa do Brasil. Na ocasião, ele foi substituído na etapa final e se queixou, no vestiário, logo depois da queda. O diretor de futebol, Alexandre Mattos, e o presidente, Maurício Galiotte, tentavam contornar a situação, mas o vazamento de um áudio de Melo chamando Cuca de “mau-caráter”, “covarde” e “mentiroso” deixou a situação insustentável.
Treinando em horários alternativos, Melo acionou o clube na Justiça e alegou assédio moral por receber um tratamento diferente dos demais jogadores. O clube foi notificado, e a volta do Pit Bull ocorreu muito mais em função de eventuais problemas jurídicos do que por um entendimento entre ele e o comandante alviverde.
Durante a entrevista, o jogador ainda disse ter recusado ofertas para sair. Porém, uma semana antes, no aniversário de 103 anos do clube, Galiotte havia informado que o polêmico volante não tinha recebido propostas.
Veja os principais trechos da entrevista do Pit Bull. do o que pensava dele, sobretudo do áudio. O áudio foi uma situação após o meu afastamento. A gente se acertou. O que saiu no áudio eu não acho dele. É bom frisar, o que foi falado não foi de coração. Creio, de verdade, que ele não seja nada daquilo que falei. Conversamos e tudo foi solucionado.”
“Muito foi falado que o Felipe Melo vai embora, está se oferecendo a clubes. Em nenhum momento me ofereci a clube nenhum. Fiquei feliz em saber, sobretudo fora do Brasil, que deixei uma boa imagem. Várias ofertas, clubes europeus interessados. Mas lembro que, quando cheguei, falei que o Palmeiras estava colocando comida dentro da minha casa e falei que hoje sou Palmeiras e continuo sendo. Momento difícil de treinar separado, em horários alternativos. Minha ideia é sempre de honrar a camisa do Palmeiras. O mais importante é, quando errar, admitir o seu erro. Se eu me arrependo, não tenho problema nenhum em chegar na pessoa e pedir perdão. Serviu de aprendizado.”
“Não falei que pedi perdão para o Cuca, não. Falei que pedi perdão, não para o Cuca. Na realidade não é só o Cuca e o Felipe Melo. É o Palmeiras que está envolvido. O clube é maior do que tudo.”
“Não tive nenhuma conversa de tática, campo. Foi um papo para colocar os pingos nos is. Sou um ativo do clube, estou aqui trabalhando para buscar meu espaço. Nunca deixei de trabalhar.”
“Falaram que eu era o cara que tumultuava o elenco. Então, você tira a laranja podre, e a tendência é voar, ganhar os jogos, não é? Infelizmente, não foi isso o que aconteceu. Vi vários jogadores falando de como é bom conviver comigo.”
“Tenho 34 anos. Como vou mudar meu jeito? De repente, de jogar pode ser para tentar alguma coisa importante. Mas mudar jeito é quando a coisa está dando errado. Trato todo mundo bem, desde o presidente até o funcionário que cuida da grama.”