Falta de material em hospital deixa pacientes sem
Hospital São Paulo está sem contraste para ressonância e sem kits para medir carga viral do HIV
Pacientes do Hospital São Paulo, na Vila Mariana (zona sul), administrado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), não estão conseguindo fazer exames por falta de materiais. Eles disseram que não tem contraste para realizar ressonância magnética nem kits para medir a carga viral em pacientes com HIV.
Uma funcionária do hospital confirmou ontem à reportagem que as ressonâncias com contraste não estão sendo feitas por falta de grana para comprar o material. O aposentado Roberto Freire, 51 anos, disse que, em julho, ele e a família tiveram que pagar R$ 500 por um exame na rede particular para medir a carga viral do HIV em seu irmão, o aposentado Marcelo Freire, 51 anos.
Segundo Roberto, o irmão tem câncer no pênis e precisa verificar a carga viral para dar continuidade no tratamento. “Desde fevereiro o hospital não faz esse exame, por isso decidimos pagar.”
Roberto disse ainda que o irmão também não conseguiu fazer uma ressonância da pelve para saber como está o tumor e verificar a necessidade de cirurgia. “Só conseguimos agendar para janeiro de 2018”, afirmou.
A mãe de um paciente que preferiu não se identificar disse que esperou quatro meses para que seu filho fizesse a ressonância de corpo inteiro com contraste. O exame foi feito no fim de julho.
“É desagradável e preocupante ficar nesse situação. A gente percebe que não é falta de funcionários nem de boa vontade deles, mas da falta de contraste”, disse.
O coordenador geral do Sintunifesp (sindicato dos trabalhadores da Unifesp), José Ivaldo Rocha, afirmou que o hospital sofre com falta de materiais não só para exames, mas para realizar cirurgias e procedimentos. “Essa situação coloca em risco o trabalho dos funcionários”, disse.