Aliado de Alckmin chama Doria de ‘traidor’
A temperatura na tribuna da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) subiu anteontem, com aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB) disparando ataques ao prefeito João Doria (PSDB).
“O senhor é um traidor. Vou repetir: o senhor é um traidor. E não existe nada pior no mundo do que a traição. O senhor traiu o governador vergonhosamente”, falou o deputado estadual Campos Machado (PTB).
O governador paulista quer disputar a Presidência, mas vê seu antigo afilhado político em movimentação para tentar se credenciar para a campanha, com viagens frequentes a cidades, especialmente no Nordeste.
“Ele dizia que era gestor. Ele nunca foi gestor, ele é político. E mais político que nós. Nós somos amadores perto de João Doria, esse é profissional”, completou.
Também se pronunciou o tucano Carlos Bezerra Jr., marido da vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), ex-secretária municipal que deixou a gestão Doria após sua ação na cracolândia. “O prefeito está viajando demais. Está se ausentando demais para receber honrarias e medalhas e homenagens por todo o país”, criticou o deputado.
Em entrevista ontem, Doria respondeu a Machado. Negou que seja candidato, mas disse que, “ainda que fosse, que tipo de crítica pode haver?”. “No dia em que alguém que desejar fazer isso [participar da vida democrática do país e apresentar suas propostas] for classificado como traidor, temos a dita- dura no Brasil.”
Mais tarde, em participação no “Programa Raul Gil”, no SBT, Doria desconversou sobre uma possível disputa com Alckmin. “Não é hora disso ainda. É hora da gente cuidar da administração. Ele da gestão no governo do Estado de São Paulo e eu na gestão recém-iniciada na Prefeitura de São Paulo.”