Libera essa gelada!
O frio está indo embora. Logo chega aquele tradicional domingão de manhã na Javari, com uma agradável peleja entre Juventus e Taubaté. Muitas famílias, muita festa, muito cannoli. Mas, debaixo do sol forte, sempre falta uma cerveja bem gelada para refrescar. O sentimento em Novo Horizonte, Santos, Itu, Mirassol, Ribeirão Preto ou qualquer outro canto do Estado é o mesmo.
Por causa de meia dúzia que não sabe se comportar, uma canetada proibiu a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Agora, um projeto de lei tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo, a passos lentos, para regularizar esse comércio.
O motivo para tal proibição (embriaguez provoca desordem e violência) é uma falácia. Afinal, bares e ambulantes já fornecem bebidas livremente no entorno das praças esportivas. Além disso, são inúmeros os mecanismos para exercer o controle: ven- der antes e no intervalo dos jogos; permitir o consumo em áreas específicas (como nos bares); limitar até, por exemplo, dois copos por pessoa e até vetar em casos extremos, como em clássicos —com torcida única, nem isso. Inicialmente, como teste, as bebidas poderiam até ser liberadas nos jogos de manhã ou em divisões inferiores, que têm menos público.
Não consigo imaginar como algumas latinhas provocariam baderna em um Audax x Linense, nem me lembro de brigas em shows musicais nos quais o comércio de álcool é permitido. Na Copa 2014, não houve problemas.
Aliás, muitas coisas seriam melhores se o poder público não metesse tanto o bedelho em situações menores. Quem sabe um dia poderemos transitar livremente perto do estádio devorando um lanche de pernil em meio às quase extintas barraquinhas. De preferência, com uma gelada na mão.