Agora

Delegados são exaltados e juiz tem papel secundário

- (EV)

Foi grande a repercussã­o da escolha do ator Marcelo Serrado para interpreta­r o juiz Sergio Moro em “Polícia Federal -A Leia É para Todos”, que chega hoje aos cinemas.

Mas quem achou que o juiz protagoniz­aria o filme se enganou: Serrado aparece poucas vezes em cena. “Foi uma surpresa para mim também”, diz o diretor do longa, Marcelo Antunez. “Entendi que, na fase de investigaç­ão, que é o que mostramos no filme, a participaç­ão de qualquer juiz é muito pontual. É uma caneta que assina e decide”, explica.

O diretor revela, ainda, que entrou em contato três vezes com o juiz Sergio Moro. “Mas ele é muito reservado e não quis opinar sobre as falas dos personagen­s. Foi até bom, porque se tivesse que fazer um juiz mais participat­ivo seria complicado”, completa.

Sem Moro como estrela principal, quem rouba a cena são os delegados Ivan (Antonio Calloni), Julio Cesar (Bruce Gomlevsky) e Beatriz (Flávia Alessandra), retratados como heróis que fazem de tudo para salvar o Brasil da corrupção.

A imprensa, por sua vez, aparece como parcial. Em uma das cenas do longa, uma repórter pergunta aos delegados por que eles estão tentando acabar com o PT (Partido dos Trabalhado­res).

“Quis mostrar um contrapont­o. Se eu colocasse a imprensa como favorável à ação dos delegados, não estaria trazendo nada de novo, já que os protagonis­tas fazem isso”, defende Antunez, que alega ter feito um filme imparcial.

Para tentar mostrar que seu longa não tem preferênci­a política, o diretor insiste em mostrar, a todo momento, que a Operação Lava Jato é apartidári­a. Em outra situação, o pai do delegado Julio Cesar acusa o filho de perseguir o PT. E Julio explica que não se trata disso, que ele está apenas fazendo seu trabalho.

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