O som dos rudes Sertanejos de voz grave, que valorizam a viola e a vida no campo, são do time dos brutos e querem ganhar a capital
Eles vieram da roça, vestem bota e chapéu, como manda o figurino, e cantam grosso. Essas são algumas características do sertanejo bruto, estilo que ressurgiu há alguns anos, com Jads & Jadson e a extinta dupla Carreiro & Capataz, e que vem colocando, a cada dia, novos sertanejos em destaque. Com fãs concentrados no interior de São Paulo e no Paraná, algumas duplas já estão nas rádios, como Bruno & Barretto e o cantor Loubet (veja ao lado).
“O ritmo mais bruto caiu no gosto dos jovens. Ouço bastante em carros, festas e rodeios e há novas duplas surgindo, como Lucas Reis & Thacio”, cita Sergio Soares, criador do site Sertanejo Top Bruto, sobre o estilo que nasceu há alguns anos. “O mestre do sertanejo bruto foi Tião Carreiro. Ele criou essa concepção de moda de viola, o estilo musical do cara que vem da roça, da lida com a lavoura todos os dias. Um cara de mãos calejadas, ou seja, bruto”, define Barretto, que forma dupla com Bruno. Carreiro (1934-1993) formou dupla com Pardinho e foi o criador do pagode de viola, que acentua a viola caipira.
Segundo Fernando, que forma dupla com Sorocaba, o rótulo de sertanejo bruto veio também das duplas Ronaldo Viola & João Carvalho e da mais recente Brenno Reis & Marco Viola. “Acho que a voz grave é a essência desse estilo, mas sempre deve estar acompanhada da viola caipira.”