Desempregados dizem que não conseguem mais pagar aluguel
Ocupar o terreno em São Bernardo do Campo foi a alternativa das famílias para conseguir a casa própria.
O serralheiro desempregado Hélcio Bonfim, 47 anos, está na ocupação desde anteontem. Casado e pai de três filhos, ele disse que não tem mais condições de pagar R$ 600 de aluguel de uma casa em Diadema (ABC).
Bomfim e a vizinha, a ajudante de cozinha desempregada Patrícia dos Santos Silva, 37 anos, disseram que esta foi a primeira vez que participam de uma ocupação. “Soubemos por amigos e decidimos participar. Em vez de ficar em casa, decidimos reivindicar a nossa casa”, disse Patrícia.
O ajudante de cozinha desempregado Fernando José da Silva, 31 anos, e a mulher, a dona de casa Jaciara do Carmo Souza, 27 anos, chegaram no primeiro dia com o filho Davi, de 1 ano e 10 meses. Eles moram em São Bernardo e disseram que não têm mais condições de pagar R$ 500 de aluguel. “Esperamos vencer essa batalha”, afirmou Silva.
Vendedores ambulantes aproveitaram a movimentação na ocupação para ganhar uma grana extra. Em uma das principais entradas do terreno invadido há dezenas de camelôs vendendo refrigerantes, água, sorvete e churrasquinho na brasa.
A autônoma Rosa Rodrigues da Silva, 61 anos, decidiu fazer da garagem da casa dela, na rua João Augusto de Sousa, que dá acesso à área invadida, em uma lojinha de doces e salgados.