Bondade no IPTU
Aumento de imposto quase sempre rende bafafá no Brasil. Pudera: o Leão já leva por aqui uma boa parte do salário do trabalhador.
Não é à toa que o IPTU da cidade de São Paulo também costuma virar problema para o prefeito.
Todo mundo lembra, por exemplo, que Fernando Haddad (PT) queimou seu filme com os paulistanos quando tentou, em 2013, empurrar de uma vez um superaumento do imposto predial.
Agora, o prefeito João Doria (PSDB) resolveu fazer diferente: vai congelar o IPTU no próximo ano.
A lei manda corrigir de quatro em quatro anos a PGV (Planta Genérica de Valores), que serve de base para a cobrança do tributo.
É que, nesse período, a maioria dos imóveis deve ter se valorizado. E uns mais que os outros: por exemplo, o preço de um apartamento sobe muito se foi aberta uma estação de metrô na região.
Em outros casos, pode haver queda de preço também. Por isso, faz sentido atualizar a PGV de tempos em tempos.
Mas Doria decidiu que, desta vez, só vai aplicar a correção da inflação, em torno de 3%.
É claro que a notícia parece boa para quem paga o IPTU. Só que é preciso ficar de olho no que vai acontecer na frente.
O prefeito quer ser candidato a presidente no ano que vem. Nessas horas, os políticos podem fazer bondades que não duram muito.
Se o município vai conseguir fechar as contas sem a grana extra do IPTU, ótimo.
Mas, se depois faltar receita para a educação, a saúde e outros serviços públicos, a população acaba pagando o pato.