Mensagens complicam ex-procurador
A Polícia Federal encontrou no celular de Wesley Batista, presidente-executivo e sócio da JBS, que foi preso ontem em São Paulo, uma série de mensagens que reforçam a atuação do ex-procurador Marcello Miller a favor da empresa quando ainda atuava no Ministério Público.
Miller teve ontem a suspensão pelo período de 90 dias do seu registro de advo- gado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Um relatório da PF afirma que integrantes da PGR (Procuradoria-Geral da República) tinham “ciência de que Miller estava atuando de forma indireta nas negociações da colaboração premiada”.
O ex-procurador fazia parte de um grupo de WhatsApp com diretores e delatores da JBS. Ele só se manifestou no grupo no dia 4 de abril, seu último dia de trabalho no Ministério Público no Rio.
Outras mensagens, que estavam no celular de Wesley Batista, mostram que ele já orientava o acordo de delação desde março.
Um dos diálogos revela que ele foi convidado a ir para a reunião, em 28 de março, em que os empresários assinaram o termo de confiden- cialidade com a PGR.
“Amanhã ele tem expediente no atual emprego dele e não pode, não”, disse Francisco de Assis e Silva, executivo e advogado da JBS, também delator.
Em outra mensagem, porém, ele afirmou “estou tentando levar o Marcello amanhã”. Não fica claro se o ele esteve ou não presente na PGR no dia 28 de março.