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A pleno vapor, cantor Agnaldo Rayol celebra 60 anos de carreira sem planos de aposentar o romantismo musical

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12 de outubro de 1957. Este é o ponto de partida da carreira do cantor fluminense Agnaldo Rayol, 79 anos, uma das vozes mais potentes da música brasileira. Ele já cantava antes, em emissoras de rádio, mas o artista considera essa data seu marco zero —foi quando ele recebeu o convite para apresentar o programa “Sonhos Musicais”, na TV Tupi. Agora em 2017, sua trajetória musical completa, portanto, seis décadas de existência.

Por curiosidad­e, é ainda o dia de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil, e quando é comemorado também o Dia da Criança. E Rayol mostra uma disposição de menino. “É curioso. Seis décadas é muito tempo mesmo, já vivi uma porção de situações e conheci bastante gente. Mas eu não sinto o peso dos 60 anos. O único pensamento que tenho é que, quanto eu penso em tudo o que aconteceu e em tudo o que vivi, fico emocionado”, afirma Rayol, que também não enxerga o tamanho dos 80 anos que vai completar em maio do ano vem.

O início foi com um convite feito de supetão por Cassiano Gabus Mendes (1929-1993) então, todo-poderoso da TV Tupi. “Eu estava na emissora me preparando para me apresentar em um programa. No intervalo, o Mendes me chamou para conversar na sala dele, sem eu nem saber quem ele era. Entramos e, antes de falar qualquer coisa, ele já me convidou para comandar o ‘Sonhos Musicais’. Foi um susto, mas deu certo”, lembra. Na atração, Rayol cantava e recebia convidados artísticos.

Mas o cantor está na lida artística desde os 8 anos, influencia­do pela família de músicos e cantores. Na infância, Rayol já se apresentav­a em programas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Já na adolescênc­ia, encontrou outra arte na qual seguiria carreira: a dramaturgi­a. Foi essa arte que o fez dar um novo passo na vida. “Com 14 anos, eu morava em Natal [RN], com o meu pai, que era militar. O diretor de cinema José Carlos Burle tinha me visto na TV e teve a ideia de me levar para o filme ‘Maior que o Ódio’. Meu pai teve de dar uma autorizaçã­o especial para que eu pudesse voltar ao Rio de Janeiro”, lembra o cantor, que nasceu em Niterói.

Rayol não largou mais a interpreta­ção. Ele atuou nos filmes “Uma Certa Lucrécia” (1958) e “Garota Enxuta” (1959), além de ser o protago- nista de “Agnaldo — Perigo à Vista”, de 1969. Mas foi a televisão quem mais viu o lado ator de Rayol. Ele aparece nas novelas “Mãe” (1964), “O Caminho das Estrelas” (1965), “As Pupilas do Senhor Reitor” (1970), “Como Salvar Meu Ca- samento” (1979), “Deusa Vencida” (1980) e “Rainha da Sucata” (1990), esta em uma rápida participaç­ão em que canta “Ave Maria”, uma de suas gravações mais conhecidas.

A música, no entanto, nunca deixou de ser o carro-chefe da

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