Jovem é morto por agente ao tentar abrir carro errado
Rapaz de 23 anos foi confundido com um ladrão ao tentar entrar em veículo de agente penitenciário
Um ajudante geral de 23 anos foi morto ao confundir seu carro e tentar abrir um veículo errado, por volta das 21h30 de anteontem, em Itapecerica da Serra (Grande SP). O autor do disparo foi um agente penitenciário de 46 anos que confundiu a vítima com um ladrão.
De acordo com a Polícia Civil, os modelos dos carros são diferentes, mas a cor, prata, é a mesma, o que pode ter ajudado na confusão, além da pouca iluminação. Jean Araújo Rufino Chagas estava em um Ford Fiesta e o agente penitenciário, em um Nissan Livina. Os dois estacionaram na rua de um hospital.
Segundo a polícia, o agente contou que é pastor e foi levar a filha de uma fiel ao hospital. Ele aguardava no carro quando viu do outro lado da rua o ajudante. De acordo com ele, Chagas estava com uma blusa de moletom, com capuz, e as duas mãos no bolso. Ele disse que o local é escuro.
O agente disse que a vítima atravessou a rua, veio em direção a seu carro e tentou abrir a porta do automóvel. O agente atirou, acertando o pescoço de Chagas. O autor do disparo disse que apenas depois ficou sabendo pela mulher da vítima que ela confundiu o carro.
A mulher de Chagas disse em depoimento que seu marido foi levá-la ao médico e parou o carro na rua do hospital, que não tinha outro veículo no lugar.
Em um determinado momento, Chagas disse que iria olhar o carro porque no local há muitos furtos. A polícia acredita que, do outro lado da rua, ele estava crente que seu carro ainda era o primeiro da fila e pode ter visto o agente dentro do automóvel que acreditava ser o seu.
No entendimento da polícia, a vítima atravessou a rua e foi em direção ao veículo. Quando tentou abrir a porta do motorista, foi baleada.
O delegado Renato Gonçalves Coletes entendeu que o agente agiu em legitima defesa. Ele responderá em liberdade por homicídio.
Ao explicar o motivo que o autor não ficou detido, o delegado narrou várias circunstâncias que teria ajudado o agente a acreditar que seria roubado, uma delas é a vítima estar “usando vestimenta igual e da mesma forma que que utilizadas por bandidos em assaltos”. A delegacia da cidade abriu inquérito e vai apurar o caso.