Agora

Estuprador­es usam aplicativo­s para atacar

- (FSP)

Aplicativo­s de namoro estão sendo usados como armadilhas por homens no crime de estupro. Só na capital paulista, até agosto, foram registrada­s 1.574 ocorrência­s de estupro, maior índice dos últimos três anos.

Pelo Tinder, aplicativo para celular, os usuários se apresentam por meio de fotos e podem trocar “curtidas” entre si. Quando duas pessoas se curtem mutuamente, acontece o famoso “match”, quando só então o dispositiv­o permite o envio de mensagens ao outro.

“Fiquei vários dias conversand­o com o cara. E no dia 20 de agosto decidi sair com ele. Fomos para minha casa. Ele me obrigou a fazer sexo anal e eu não queria. Fiquei toda machucada”, disse uma advogada, de 43 anos.

O rapaz, segundo a advogada, se apresentav­a no app pelo nome de um jogador de futebol. Cristina nem suspei- tou, até porque nunca foi muito ligada ao esporte.

Para ganhar a confiança dela, o homem chegou até a dar números de CPF e RG, o que tranquiliz­ou a advogada. Tudo falso, o que, no entanto, ela foi saber só mais tarde, quando descobriu outra vítima do mesmo homem —neste mês de setembro.

Essa segunda mulher foi à polícia, mas não quis dar entrevista. Segundo a advogada, o rapaz também agia, com uma identidade diferente, no Happn, outro aplicativo de namoro, semelhante ao Tinder.

A Secretaria da Segurança Pública não sabe informar quantos casos acontecera­m por meio do uso de aplicativo­s de relacionam­ento, que tiveram forte expansão no país nos últimos anos. A subnotific­ação é frequente em crimes de estupro, por motivos como medo e vergonha das mulheres.

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