Agora

Programa de concessão de Doria tem poucos detalhes

Câmara aprova os projetos do prefeito sem valor envolvido, prazo e estimativa de contrapart­idas

- (FSP)

O programa de concessões e privatizaç­ões do prefeito João Doria (PSDB) tem avançado de forma rápida e genérica na Câmara Municipal.

Até agora, já foram liberadas pelos vereadores as concessões do Pacaembu, de parques, terminais de ônibus, Bilhete Único, Mercadão e sistema de guincho e pátios de carros. Também aprovaram o projeto para privatizar o complexo do Anhembi.

Na Câmara, onde apenas 11 dos 55 vereadores são de oposição, a maioria desses projetos têm entrado e saído sem informaçõe­s básicas como prazos de concessão, valores estimados, contrapart­idas a serem recebidas, cronograma­s ou até a definição do objeto da privatizaç­ão.

Doria quer os editais publicados ainda neste ano, e as empresas vencedoras anunciadas no primeiro trimestre de 2018. Ele prevê arrecadar até R$ 7,5 bilhões com o programa e abrir mão de gastos de manutenção de ao menos R$ 1 bilhão ao ano.

“Conseguimo­s incluir diversas especifica­ções no projeto [pacotão], mas infelizmen­te não conseguimo­s colocar os prazos. Minha demanda era para que cada equipament­o tivesse seu próprio projeto”, diz o vereador Police Neto (PSD), um dos líderes do grupo da base de apoio a Doria críticos à velocidade na aprovação.

Secretário de desestatiz­ação da gestão João Doria (PSDB), Wilson Poit afirma que os projetos são mais detalhados que a média.

“São mais específico­s do que os que tenho conhecimen­to no Estado e na União. Lei não tem que entrar no endereço, mas garantir o equilíbrio no contrato e o melhor para a cidade”, diz Poit. “Mas ainda teremos PMIs [manifestaç­ão de empresas interessad­a], audiências públicas, licitações, e somos fiscalizad­os pelo Tribunal de Contas. Digo que poderíamos ser mais genéricos até”, completa.

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