Atirador gostava de jogos e era considerado amigável

Stephen Paddock, de 64 anos, morava em um condomínio de aposentados a 120 km de Las Vegas

Stephen Paddock tinha 64 anos, morava em um condomínio para aposentados e gostava de jogos de apostas.

Na última quinta-feira, ele percorreu os 120 km entre Mesquite e Las Vegas e se hospedou em um quarto no 32º andar do hotel Mandalay Bay, na Las Vegas Strip, principal rua da cidade.

Anteontem, por volta das 22h (horário local, 2h de segunda-feira em Brasília), enquanto o cantor country Jason Aldean se apresentava no festival a céu aberto Route 91 Harvest, ele foi até a janela de seu quarto e começou a atirar na multidão.

Paddock se matou antes de ser encontrado pela polícia. Ao menos 59 pessoas morreram e 527 ficaram feridas.

Seu irmão, Eric Paddock, o descreveu como “um cara bem de vida que gostava de jogar vídeo pôquer e de viajar em cruzeiros”.

Eric disse que sua família estava “perplexa”, inclusive pelo fato de o irmão nunca ter se mostrado “um cara ávido por armas”, apesar de ter uma licença de caça no Texas. Segundo ele, o irmão tinha “algumas pistolas, talvez um fuzil, mas nenhuma arma automática”.

Perguntado sobre a última vez que tinha falado com Stephen, Eric disse que eles trocaram mensagens no mês passado, quando a cidade de Orlando, onde Eric mora, teve blecautes de energia devido ao furacão Irma.

Ao jornal “Orlando Sentinel”, Eric contou que ajudou Stephen dois anos atrás a trocar a Flórida pelo Estado de Nevada, onde jogos de azar são legalizados, para que ele pudesse jogar.

Amigável

Sharon Judy, que foi vizinha de Stephen quando ele ainda morava na Flórida, disse ao jornal que ele era um homem amigável que se descreveu como um apostador profissional.

Stephen teria lhe mostrado uma foto na qual aparecia ganhando 20 mil dólares em um caça-níqueis. Segundo a emissora NBC, Paddock fez diversas apostas nas últimas semanas, cujos valores chegam a dezenas de milhares de dólares —mas não se sabe se ele ganhou ou perdeu.

Em sua casa foram encontradas algumas armas e munições, o que foi considerado normal pelos policiais, uma vez que o porte de armas é legalizado no Estado e bastante frequente.

“É uma casa bonita, limpa, não tem nada fora do comum” disse Quinn Averett, porta voz da polícia de Mesquite, no condomínio em que Paddock morava.

Após o ataque, foi lançada uma busca por Marilou Danley, que foi tratada como “pessoa de interesse” pelos investigadores. Mais tarde revelou-se que ela morava com Paddock no condomínio de aposentados em Mesquite e que estava fora do país no momento do tiroteio. Após interrogá-la, a polícia confirmou que ela não teve nenhum envolvimento.