Defesa de Temer cita Janot como ‘indecente iilleeggaall’’
Peça com 89 páginas é entregue à Câmara e presidente decide subir o tom contra ex-procurador-geral
Em defesa enviada ontem à Câmara, advogados do presidente Michel Temer subiram o tom no ataque contra o ex-procurador-geral Rodrigo Janot e o chamaram de “antiético, imoral, indecente e ilegal”.
“À maneira do pistoleiro que, contratado para matar alguém, não aceita a rescisão do trato pelo mandante, porque ’já garrou raiva’ da vítima, o ex-chefe do Ministério Público Federal agiu novamente com pressa, premiou outro delator [o operador Lúcio Funaro] e lançou nova flecha, cujo primeiro alvo foi a língua portuguesa, seguida pelo direito e pelos próprios denunciados”, escreveu a defesa de Temer.
A peça, de 89 páginas, rebate a segunda denúncia apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) por Janot, que acusou Temer de chefiar organização criminosa e obstruir a Justiça.
Também foram denunciados os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) e os ex-deputados Eduardo Cunha (RJ), Henrique Alves (RN), Geddel Vieira Lima (BA) e Rodrigo Rocha Loures (PR), todos do PMDB.
No início do documento, os advogados do presidente, Eduardo Carnelós e Roberto Soares Garcia, invertem a acusação e afirmam que membros do Ministério Público Federal, liderados por Janot, “tramaram” com os delatores da JBS “e outros também confessos criminosos integrantes de seu bando para construir uma acusação a ser formulada contra a autoridade máxima do país”.
Assim como o presidente Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), também acusados pela Procuradoria-Geral, entregaram ontem suas defesas à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.