Agora

Craque dentro e fora de campo

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Se Juninho Pernambuca­no já inspirava admiração por tudo o que fez como jogador, merece ainda mais respeito agora por se manifestar politicame­nte num momento tão delicado do país, diante de um cenário aterroriza­nte, às vésperas do ano eleitoral.

Num tempo em que a maioria dos ídolos do esporte no Brasil se mantém alienada, é salutar ver o ex-craque de Vasco, Lyon e seleção se posicionar.

Nesta semana, incomodado com simpatizan­tes do deputado federal Jair Bolsonaro no Twitter, Juninho postou: “Não sabia que bolsominio­ns me seguiam. Por favor, não me sigam. Não quero quantidade de seguidores, e sim qualidade humana de caráter deles!”.

O deputado estadual Flavio Bolsonaro, filho do pré-candidato à presidênci­a, saiu em defesa do pai e acusou Juninho de preconceit­uoso. Mas o exjogador tem suas razões.

Não dá para conviver com quem prega o ódio. Além de ter homenagead­o o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, notório torturador, em discurso no Congresso Nacional, Bolsonaro já declarou numa entrevista em 1999: “Eu sou favorável à tortura”.

Indagado se fecharia o Congresso se fosse presidente da República, Bolsonaro disparou: “Não há a menor dúvida, daria golpe no mesmo dia”.

Esse senhor ainda defendeu a ditadura e seus assassinat­os. “Só desaparece­ram 282, a maioria marginais, assaltante­s de bancos, sequestrad­ores. Através do voto, você não vai mudar nada nesse país. Só vai mudar quando partirmos para uma guerra civil. E fazendo o trabalho que o regime militar não fez, matando uns 30 mil, começando pelo FHC [Fernando Henrique Cardoso, então presidente da República]. Matando! Se morrer alguns inocentes, tudo bem!”

Sou do time do Juninho. Não há diálogo possível.

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