Melhora daqui, piora dali
Se a gente pensar na quantidade de ideias de jerico que os deputados e senadores tentaram enfiar na reforma política, o resultado final até que não parece tão ruim. Mas, infelizmente, algumas grandes besteiras acabaram aprovadas pelo Congresso.
De mais positivo, foi criada uma barreira contra a farra da criação de partidos, a maior parte deles só para fazer negócios.
A partir das próximas eleições, as legendas que não conseguirem um mínimo de votos vão perder o acesso à grana do Orçamento.
Existem hoje 35 partidos no Brasil, dos quais 25 têm representantes na Câmara dos Deputados. Muitos foram criados só para levar dinheiro público ou negociar cargos no governo. Assim fica muito difícil administrar um país.
Outra medida boa foi proibir, a partir de 2020, as coligações partidárias nas eleições de deputados e vereadores.
Essas alianças viraram uma salada de siglas, misturando gente de todo tipo. No final, a gente vota num candidato e corre o risco de eleger outro de ideias totalmente diferentes.
A lambança mais cara da reforma, claro, foi criar um fundo de R$ 2 bilhões em dinheiro público para financiar as campanhas eleitorais.
Só faltava essa: com a educação, a saúde e a segurança cheias de problemas, vão gastar grana com as viagens, os programas de TV e os marqueteiros dos candidatos.
Também aprovaram uma proposta cretina que permite a qualquer um censurar conteúdo político nos sites. Mas esse disparate, pelo menos, foi vetado pelo presidente Michel Temer (PMDB).